A mineralização do ligamento estilohíoideo é detectada acidentalmente, normalmente um achado radiográfico nas tomadas panorâmicas. A mineralização normalmente se estende para baixo, a partir do processo estilóide (base do crânio - osso temporal) e raramente a partir do hióide ou em áreas centrais do ligamento.
Ainda que ocorra uma extensa calcificação de um ou de ambos os ligamentos, a maioria desses pacientes não apresentam sintomatologia clínica.
Podem ocorrer desconforto, dores leves à palpação e nos movimentos da cabeça ou abertura da boca. O paciente pode relatar ainda dor de ouvido, de cabeça e tontura. Quando essa situação está associada a uma história recente de trauma no pescoço, a condição é chamada Síndrome de Eagle. O alongamento do processo estilóide provavelmente causa esses sintomas pela pressão sobre o nervo glossofaríngeo.
Aproximadamente 18% da população mostra uma calcificação de mais de 30 mm do ligamento estilo-híoideo. Esse ligamento mostra pelo menos alguma calcificação em indivíduos de qualquer idade.
Aspectos relevantes
• O aumento do processo estilóide/mineralização do ligamento estilo-hióideo é comum (18-40% população em geral), embora apenas uma pequena parcela (4-10%) evolua com sintomas. Por essa razão, o diagnóstico jamais pode se basear apenas nos exames de imagem.
• A Síndrome de Eagle é uma rara causa de cervicalgia, com queixas inespecíficas e de difícil diagnóstico.
• Sintomas comuns incluem dor facial vaga, à movimentação da cabeça, deglutição ou abertura bucal.
• Exames de imagem são úteis no diagnóstico, com destaque para TC tridimensional
• O tratamento de escolha depende da intensidade dos sintomas, podendo-se optar pela excisão cirúrgica do ligamento mineralizado, que pode ser realizada por cervicotomia ou acesso transoral.
Matéria por
Renato A. Donegá
CRO 8667/PR | Paranavaí